terça-feira, 27 de setembro de 2011

Amor... escolhas...

Por que amamos?

Segundo a autora do livro Why we love? - the nature and chemistry of romantic love, amamos porque somos seres biologicamente programados para amar e possuímos uma poderosa necessidade de procriação assim como a de comer e dormir. Esta necessidade cria no cérebro uma energia abastecendo 4 sentimentos básicos - a paixão, a obsessão, a alegria e o ciúme.

Já para o escritor mexicano Dom Miguel Ruiz, procuramos o amor em outras pessoas que também estão à caça do amor. Porém para ele, no final, não encontramos o amor que procuramos porque só nós mesmos o temos.

O autor Anthony Giddens em A transformação da Intimidade: sexualidade, amor e erotismo nas Sociedades Modernas, faz uma distinção entre o amor apaixonado ("paixão") e o amor romantico. Segundo o autor: "O amor apaixonado é marcado por uma urgência que o coloca à parte das rotinas da vida cotidiana, com a qual, na verdade, ele tende a se conflitar. O envolvimento emocional com o outro é invasivo - tão forte que pode levar o indivíduo, ou ambos os indivíduos, a ignorar as suas obrigações habituais". Ainda segundo ele, "o amor apaixonado é especificamente perturbador das relações pessoais..." "... gera uma propensão às opções radicais e aos sacrifícios". A distinção feita pelo autor é que no amor romantico predomina o amor sublime, o amor à primeira vista, a busca da auto-identidadea partir da descoberta do outro; e o amor apaixonado - a paixão - está mais relacionada à satisfação imediata dos desejos.

Faço estas colocações devido à uma história real que ouvi estes dias a respeito que uma mulher que deixa o marido e a filha para viver uma grande paixão.

Até que ponto a "paixão" nos leva a certas atitudes que anteriormente não eram pensadas? Quem nunca pensou em viver uma grande paixão e o que seríamos capazes de abdicar para vivê-la?

Não devemos julgar a atitude da história em questão, devemos refletir, a partir dela, que fazemos escolhas buscando a felicidade, afinal merecemos ser felizes e viver um grande amor... porém não podemos esquecer que essas escolhas envolvem outras pessoas, como nossos filhos. As nossas escolhas interferem, de alguma forma, no modo como nossos filhos nos vêem e como estes vão construir sua visão de mundo e de família. Na minha opinião, no momento em que temos filhos, estes são as nossas prioridades e pensar na felicidade e no bem-estar deles é pensar na nossa própria felicidade. Amar é necessário, viver uma grande paixão não é proibida, fazer escolhas faz parte do nosso dia-a-dia sem esquecer que a escolha, implicitamente ou explicitamente, envolve um outro ser humano.

Por Cris Chechetto

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